domingo, 30 de novembro de 2008

O homem que vive em um buraco

Jonas vive em um bueiro em São Paulo. Não tem casa, não tem teto. Fez daquele pequeno espaço, um lar. E vive sozinho.


Trabalha com reciclagem, maneira politicamente correta de se chamar os catadores de lixo. E dali vieram todos os objetos de decoração e seus pertences.


Um fogareiro aquece os "marmitex" que leva para seu cantinho. Não sei se são doações, mas penso que Jonas compra seus alimentos com o dinheiro que ganha com o suor do seu trabalho.


Fico pensando tanto nessa imagem que vi na reportagem de tv. Como é possível sobreviver com pouco! E nós, a cada dia, nos cobrando tanto e mais e mais, nos impondo luxos e condições.


Lembrei-me então de meu antigo sonho de morar em frente ao mar. E escrever, assim como Neruda fazia lá em Viña del Mar, levando uma vida simples, com vestidos hippies e chinelos.


Quanto tempo é necessário para se livrar do que não é importante e dar atenção apenas ao que merece ser levado em conta?


"...the answer my friend is blowing in the wind

the answer is blowing in the wind..." (B. Dylan)

Um comentário:

Anônimo disse...

Com toda a certeza Soninha, a resposta está no ar. No ar que respiramos, que envolve nossos dias, que respirei em La Sebastiana, em Viña del Mar... Parabéns....