quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Três apitos

Essa música, década de 30, de Noel Rosa. Curti junto com o Benê, quase trinta anos atrás e agora descobri nova roupagem, ao som de blues. Taí um estilo que quero copiar...

Quando o apito
da fábrica de tecidos
Vem ferir os meus ouvidos
Eu me lembro de você


Mas você anda
Sem dúvida bem zangada
E está interessada
Em fingir que não me vê


Você que atende ao apito
De uma chaminé de barro
Por que não atende ao grito tão aflito
Da buzina do meu carro?


Você no inverno
Sem meias vai pro trabalho
Não faz fé com agasalho
Nem no frio você crê


Mas você é mesmo
Artigo que não se imita
Quando a fábrica apita
Faz reclame de você


Sou do sereno
Poeta muito soturno
Vou virar guarda noturno
E você sabe porque


Mas você não sabe
Que enquanto você faz pano
Faço junto do piano
Estes versos prá você


Nos meus olhos você vê
Que eu sofro cruelmente
Com ciúmes do gerente impertinente
Que dá ordens a você

Um comentário:

Anônimo disse...

Sem palavras!
E com palavras!
Te digo que maravilha!
Beijos mil...