domingo, 20 de setembro de 2009

Casa das Rosas

Casa das Rosas

Também chamada de Espaço Haroldo de Campos, fica bem no início da Paulista. Todos que por ali passam têm a atenção chamada pelo casarão estilo início do século XX, com o exuberante jardim. Transformou-se em um espaço cultural, que eu ainda não conhecia.

Acompanhando o boom de saraus na cidade, recebi a programação da Casa e ali estive na noite de ontem. Casa cheia. No terraço, pessoas conversavam tão calma e civilizadamente que cheguei a crer que a cultura sobrevive.

No interior, dois poetas declamavam versos seus. Após, uma apresentação teatral de algum grupo da cidade e, em seguida, os poetas do povo, presentes e antecipadamente inscritos, puderam ler poemas de sua autoria. Foram vinte e cinco na noite de ontem.

Meio impaciente com o versejar alheio e popular, especialmente aqueles declamados à antiga, interessei- me por tudo mais que o espaço oferece. A arquitetura, a preservação, o jardim bem cuidado e, sentei-me numa das poltronas colocadas no amplo terraço da casa. Dei asas ao meu pensar : a família que ali originalmente habitou, a época e onde estariam agora.

Nos fundos, em que a princípio ficava a garagem da casa, foi montado um café. Bem decorado e aconchegante, oferece um quiche de queijo saboroso, livros ao alcance dos freqüentadores, tranquilidade e silêncio na Paulista do sábado à noite.

No andar superior, duas exposições sobre a poesia francesa e sobre o poeta Guilherme de Almeida. Eu e a Elaine ficamos boquiabertas com os banheiros, ou melhor, salle de bains, com os mármores, espelhos e louças deslumbrantes. Janelas e portas da altura que a casa impõe, tudo muito bonito.

A Elaine me contou que foi um projeto de Ramos de Azevedo e saí de lá com a sensação de que a desapropriação se deu por uma causa justa. Vive la culture!

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